“Sou o Luiz Fernando, o Lulu, atleta paralimpico de natação. Gostaria de agradecer o apoio do clube Asbemge. Vocês possibilitam e apoiam muito o esporte. Este apoio está sendo fundamental em minha trajetória. Obrigado por tudo! E agora rumo ao campeonato brasileiro de natação!”. Assim, começa a nossa inspiradora reportagem com Luiz Fernando Ferreira Procópio Lage, 26 anos, filho de Jairo e Maria Regina, sócios do Clube.

Desde que nasceu, há 26 anos, Luiz Fernando tem um quadro de paralisia cerebral. No entanto, isso não impediu o crescimento intelectual dele. Sempre frequentou escola, jogou futebol com os amigos, praticou natação. Hoje, já formado em Marketing Digital, ele cursa a sua segunda graduação universitária, em Educação Física, e exibe várias medalhas como atleta paralímpico. “Não há limites pra ele”, comenta a mãe, Maria Regina.

Maria Regina com o filho Luiz Fernando

Luiz Fernando nasceu na cidade de Itabira/MG, onde cresceu praticando natação. Com a vontade de competir, se mudou com a família para Belo Horizonte e, desde então, treina na Asbemge, inspirando nossos dias com sua história de superação.

“Saindo da pandemia, Luiz manifestou o desejo de competir. Nas minhas pesquisas, descobri que o comitê paralímpico é em SP, mas descobri que na UFMG tem um Centro de Referência. Entramos em contato e fomos prontamente atendidos, com o agendamento de uma seletiva. No teste, ele foi aprovado e entrou para a equipe de iniciação em outubro de 2021, com treinos duas vezes por semana (ainda morando em Itabira). Mas depois ele foi para a equipe de transição, com mais dias na semana de treino, então decidimos mudar pra BH”, explica Maria Regina.

O bairro escolhido? Ouro Preto, pertinho da Asbemge. Foi aí que a família decidiu se associar. Segundo a mãe, Luiz precisava, além dos treinos da UFMG, de melhorar as técnicas de correção do nado. “Valeu a pena mudar pra BH, nos sentimos muito acolhidos pelo bairro, nos sentimos em casa. O Clube, então, nem se fala! Todos estão sempre dispostos a nos ajudar, oferecendo o que há de melhor. Disponibilizaram para o Luiz uma raia pra treino”, conta a mãe.

 

Luiz passou a treinar todos os dias na UFMG e uma vez por semana na Asbemge – fora os fins de semana, quando aproveita pra “praticar mais um pouquinho”.

Com toda essa dedicação, o atleta foi só melhorando a sua performance na água. Vieram as primeiras competições. Luiz foi avaliado como S7. “S de swimming”, explica Maria Regina. Segundo ela, todo atleta paralímpico tem que ser avaliado e classificado de acordo com as limitações e comprometimento. A avaliação é feita por um médico, fisioterapeuta, que avalia o nado e a força para definir a classe que ele pertence para competir. A classificação que vai de S1 a S14.

Luiz está na classificação intermediária e hoje integra a equipe paralímpica de alto rendimento da UFMG.

Em outubro de 2022, participou do Meeting Loterias da Caixa no Centro de Referência da universidade, competindo pelas categorias 50m livre e 100m livre, nas quais conquistou duas medalhas de prata.

Em seguida, foi em João Pessoa, onde também conquistou mais duas medalhas de prata – também nos 50m livre e 100m livre – na Conexão Paralimpica Universitária, competindo com nadadores paralímpicos do Brasil e de Tokio.

No rol de conquistas, Luiz também foi campeão no Torneio Master da FAM (Fed. Atlética Mineira) no revezamento 4×100.

Luiz quer mais. “Daqui a pouco vem o calendário de novas competições. Queremos levar o nome da Asbemge aos pódios com ele”, destacam os pais.

A Asbemge quer muito isso também! Quer ver Lulu subindo em muitos pódios de natação, mas principalmente que ele permaneça no pódio da vida, onde conquistou seu espaço com o apoio da família e de onde nunca deve sair!

“O que a gente mais quer é que Luiz seja um exemplo para outras crianças que nascem com alguma limitação, para as famílias, para a sociedade em geral para que seja mais inclusiva. Que o esporte seja um meio, um caminho, uma luz, para que essas pessoas possam se desenvolver e alcançar a alta performance de que são capazes. O esporte é uma chave para a independência, para a auto estima, para o cidadão se tornar integrante da sociedade como um todo”, finaliza a mãe.

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SAIBA MAIS

Paraolímpico ou paralímpico?

O Movimento Paraolímpico nasceu com o objetivo democratizar a prática desportiva para pessoas com alguma deficiência, seja física, visual ou intelectual, sendo o esporte também uma ferramenta de convivência e socialização.

O termo paralímpico foi adotado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro em 2011 para adequação aos padrões usados pelo Comitê Paralímpico Internacional (International Paralympic Committee — IPC), padronizando a nomenclatura paralímpico, utilizada em vários idiomas.  No entanto, ainda não faz parte do vocabulário ortográfico da língua portuguesa.

Paraolímpicos ou paralímpicos se referem aos jogos específicos para atletas com vários graus de deficiência, realizados de quatro em quatro anos, depois dos jogos olímpicos (e no mesmo local). Referem-se também aos atletas que participam nesses jogos.

O principal objetivo da inclusão social na Paralimpíada é a valorização dos esportistas com deficiência como atletas, destacando apenas sua atuação na competição independente de seu biótipo ou sua deficiência.

 

 

 

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